A Fiocruz Brasília realizou uma entrevista a pesquisadora Débora Noal e a equipe do Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde (Cepedes) da Fiocruz. Veja as principais:

Quais danos psicológicos desse confinamento para a população? A piora do estado de saúde mental das pessoas em época de quarentena é real?

RESPOSTA: Durante uma pandemia é esperado que estejamos frequentemente em estado de alerta, preocupados, confusos, estressados e com sensação de falta de controle frente às incertezas do momento. Estima-se que entre um terço e metade da população exposta a uma epidemia pode vir a sofrer alguma manifestação psicopatológica, caso não seja feita nenhuma intervenção de cuidado específico para as reações e sintomas manifestados. Entretanto, é importante destacar que nem todos os problemas psicológicos e sociais apresentados poderão ser qualificados como doenças. A maioria será classificada como reações normais diante de uma situação anormal.

Como lidar com as frustrações geradas pelo impacto do coronavírus?

RESPOSTA: Entre as estratégias de cuidado psíquico em situação de pandemia, destacam-se, entre outras:

Reconhecer e acolher seus receios e medos, procurando pessoas de confiança para conversar;

Reenquadrar os planos e estratégias de vida, de forma a seguir produzindo planos de forma adaptada às condições associadas à pandemia.

Como se manter informado e lidar com a expectativa de piora do quadro de contaminação e mortes sem ter crises de ansiedade? Como evitar pensar nos cenários futuros (de doença e crise econômica)?

RESPOSTA: Entre as estratégias de cuidado psíquico em situação de pandemia, destacam-se, entre outras:

Buscar fontes confiáveis de informação, como o site da Organização Mundial da Saúde;

Reduzir o tempo que passa assistindo ou ouvindo coberturas midiáticas.

Quais sugestões prioritárias e de fácil ação para os que estão em casa e já se sentem solitários e desmotivados?

RESPOSTA: Entre as estratégias de cuidado psíquico em situação de pandemia, destacam-se, entre outras:

Retomar estratégias e ferramentas de cuidado que tenha usado em momentos de crise ou sofrimento e ações que trouxeram sensação de maior estabilidade emocional;

Investir em exercícios e ações que auxiliem na redução do nível de estresse agudo (meditação, leitura, exercícios de respiração, entre outros mecanismos que auxiliem a situar o pensamento no momento presente), bem como estimular a retomada de experiências e habilidades usadas em tempos difíceis do passado para gerenciar emoções durante a epidemia.

Como lidar com a procrastinação nos afazeres com tanto tempo disponível e não se culpar por isso? Como controlar o distúrbio alimentar com o aumento da ansiedade?

RESPOSTA: Durante uma pandemia, letargia e alterações de apetite estão entre as reações comportamentais mais comuns. Alguns critérios para determinar se uma reação psicossocial considerada esperada está se tornando sintomática e precisará ser encaminhada são: sintomas persistentes; sofrimento intenso; comprometimento significativo do funcionamento social e cotidiano; dificuldades profundas na vida familiar, social ou no trabalho etc. Nesses casos, e quando as estratégias utilizadas não estiverem sendo suficientes para sua estabilização emocional, deve-se buscar um profissional de saúde.

Para ler a entrevista completa com mais respostas, acesse: https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/coronavirus-e-saude-mental-tire-suas-duvidas-aqui/

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